11 março 2008
Friend
Desta vez, Kwak Kyung-Taek insere no seu historial cinematográfico um policial original, cheio de emoções intensas e sinceras (sendo este filme parcialmente autobiográfico).
História contada com base num período muito particular da historia sul coreana nas décadas de 70 e 80. O filho do agente funerário, o filho do ganster, o bon homme e o que fala demais. Unidos pelas revistas porno e pelos filmes do Bruce Lee, os quatro rapazes desenvolvem um sentimento fraterno entre eles.
Viver a adolescência nem sempre é fácil e pode-se reflectir na idade adulta. Neste momento o mais importante vão ser os amigos que estarão lá para os ajudar. As traições, a violência e os crimes de tráfico irão colocá-los em lados opostos.
Apesar da pouca originalidade da narrativa, toda esta obra é compensada pelo elenco de luxo que a compõe e a realização que ultrapassa os limites dos comuns policiais encarando a realidade e o escárnio social da época de uma forma sofisticada. Valoriza ainda pela intensidade das emoções vividas em toda a trama.
A concretização técnica é marcada também pela boa fotografia, boa banda sonora e equipa de caracterização. Este último, não muito importante à primeira vista, prova que um colar ou um brinco como aderesso numa pessoa pode alterar completamente a interpretação do carácter e do futuro previsível de cada personagem.
2001, foi para além do primeiro ano do novo milénio, o ano de exibição de "Friend", a prova viva que ainda existe muito para se fazer no cinema neste século XXI.
o Fantas acabou ;___;
10 fevereiro 2008
4 meses, 3 semanas e 2 dias
O cinema romeno trás-nos, desta vez, uma história que nunca deveria ser contada.
A 2 anos da queda do comunismo na Roménia, 2 estudantes universitárias dividem um quarto no dormitório e o segredo da gravidez de Gabita (Laura Vasiliu), uma das 2 estudantes. Para solucionar o problema, Otilia (Anamaria Marinca), companheira de quarto de Gabita, aluga um quarto de hotel durante 3 dias para que Mr.Bebe (Vlad Ivanov) faça um aborto ilegal a Gabita. Mas a situação complica-se quando este descobre que a gravidez está mais avançada do que julgava, exigindo um preço mais alto, preço esse que ambas as amigas não estavam preparadas para pagar.
A veracidade da situação é compreendida não só pela representação dos actores que retratam de forma notória o espírito e temperamento das pessoas de leste durante a época, mas também pela realização de Cristian Mungiu. O trabalho deste realizador tem-se concentrado num projecto com vários outros filmes que pretendem passar ao público de forma subjectiva o que se vivia no período comunista. Pode-se afirmar essa subjectividade tanto através dos argumentos ecolhidos como através dos planos utilizados. Planos de câmara subjectiva com apenas um ponto de focagem que aproximam a estéctica do filme à captada pelo olho humano. O espectador identifica-se assim como alguém que observa as acções de uma personagem, Otilia, que conduz todos os momentos com a sua presença.
"4 meses, 3 semanas e 2 dias" é realmente um filme digno da Palma de Ouro recebida na edição do Festival de Cannes do ano passado. Este filme é ainda, também, a prova que o cinma da Europa de Leste está a ganhar terreno em toda a Europa tendo primeiramente os festivais como montra principal.
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